23 de fev. de 2010

Política de habitação no Rio é sinônimo de demolição


O Choque de Ordem


Eleito com cerca de 51% da preferência popular, Eduardo Paes se tornou o novo prefeito do Rio da Janeiro em outubro de 2008. A maioria da população cria (imaginava) que estaria nas mãos de Paes a solução dos problemas mais caóticos da cidade: violência, transporte, educação, saúde etc. Pura ingenuidade popular.

No início da gestão do prefeito que ficou conhecido popularmente como Paes, foi implantado um projeto de governo a longo prazo: o Choque de Ordem. Como o nome nos sugere, a notícia chegou às ruas como um choque, causando impacto e conflito. Este projeto de governo objetiva reorganizar o espaço carioca. As medidas tomadas pelo novo prefeito causaram uma indignação generalizada na população "de baixa renda", como dizem as grandes mídias. Não poderia ser diferente, afinal, o Paes foi eleito com um partido de direita, conservador e reacionário que tende a favorecer à classe burguesa.

Os principais alvos da operação são vendedores ambulantes, flanelinhas, moradores de rua, construções irregulares e publicidade não autorizada. Então fica a pergunta: Será que o Estado proporciona a estes cidadãos condições dignas de vida? Será que eles têm a oportunidade de conseguir empregos "legais"?



Remoção de Favelas


Nas últimas semanas, foi anunciado que serão realizadas obras públicas com o intuito de remover os barracos de áreas com risco de desabamento e de enchente, de áreas de preservação ambiental e, além disso, as obras tendem a reorganizar o espaço das favelas para investimentos públicos. Estes foram os argumentos apresentados pelo prefeito para justificar a remoção de alguns barracos.

Paremos e pensemos no que foi dito em nota pelo prefeito, pois a justificativa de "áreas de risco" é relativa, uma vez que o relevo do Rio é caracterizado pela presença de inúmeros morros e montanhas, o que propicia este tipo de risco às famílias que por ausência do Estado não gozam do direito à habitação em uma "área segura". Já em relação à área de preservação ambiental, é contestante observar que a poucos quilômetros destas favelas, fica a sede da Rede Globo instalada numa área de mata atlântica virgem. E quanto aos investimentos públicos? Nosso querido prefeito deveria estar se referindo aos muros que serão construídos às margens da Linha Amarela e da Linha Vermelha que cumprirão a função de isolar as favelas do restante da cidade.

Então, mais uma vez sugiro-lhes refletir sobre algumas questões: Como dar credibilidade a um representante do poder Executivo que deveria assegurar o cumprimento das políticas públicas, como por exemplo, o da habitação, e no lugar disso, as ignora? Será que estas obras públicas têm alguma relação com as Olimpíadas que serão sediadas pela cidade em 2012?

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