25 de abr. de 2010

O Rebolation é bom, bom.. é bom, bom, bom!

Apesar de não ter concordado com algumas partes do texto, principalmente quando trata dos estados, achei interessante essa apresentação sobre a cultura musical, e a atuação da mídia.
Vale a pena.

http://www.dcstudio.com.br/animas/Antirebolation.swf

19 de abr. de 2010

Prevendo o futuro com a Veja

“Seria tolice não arriscar a afirmação de que José Serra deve ser o próximo presidente do Brasil, a não ser que o mapa dos outros candidatos também possua elementos tão ou mais favoráveis do que esses.”
Oscar Quiroga, astrólogo, Veja, 21/04/2010

Pois é, até em astrologia a Veja é tendenciosa.

Leia também:

18 de abr. de 2010

15 de abr. de 2010



Nem sou anti-lulista, mas gostei da charge.

8 de abr. de 2010

Chove chuva, chove sem parar...

Os números realmente impressionam. Em menos de 12 horas choveu na cidade do Rio de Janeiro, e em parte de sua Região Metropolitana, o equivalente a dois meses de chuva. Uma média de 270mm, enquanto o índice normal para o mês de abril é de 140mm. Até o momento em que escrevo, já foram confirmadas pelo menos 163 mortes.

Além do triste saldo de mortes, quase todas provocadas por deslizamentos de encostas, o caos se instalou na cidade. O alagamento das vias impediu a passagem dos veículos, fazendo com que milhares de pessoas não chegassem em casa. Muitos dormiram na rua na noite de segunda-feira. Na terça, a cidade viveu um feriado forçado, já que escolas, universidades e poder judiciário suspenderam suas atividades. Mas muitos bancos, lojas e escritórios de grandes e pequenas empresas também não funcionaram, já que seus empregados e clientes não tiveram como se locomover. As já normalmente ineficientes empresas privadas de fornecimento de energia contabilizam milhares de casas sem luz desde a noite de segunda.

O prefeito do Rio coloca a culpa do colapso da cidade "nas fortes chuvas, na maré alta, na ocupação irregular das encostas e nas pessoas que insistem em morar nelas". Não deixa de alfinetar os "demagogos de plantão" que, segundo ele, "criticam os reassentamentos de moradores de áreas de risco". E ainda dá "nota zero para o preparo da cidade para o temporal".

Ao invés de investir na adaptação do Rio de Janeiro aos problemas que afligirão a cidade daqui a algumas décadas, as autoridades de todos os níveis preferem alocar recursos em PACs cosméticos, que não vão alterar as precárias condições de habitação da população mais pobre da cidade. Em intervenções desastradas no ineficiente sistema de transporte público, como a linha 1A do Metrô. Ou então transferindo a culpa para a natureza ou, o que é mais revoltante, para as próprias pessoas que moram em locais em permanente risco e precarização ambiental.

Nunca vi nenhum morador dessas áreas afirmar que gosta de morar ali onde está. Nunca vi ninguém expor, por opção própria, sua família a uma vida sem água, sem esgoto, sem moradia digna e em permanente risco. O que vi, e continuo vendo, são milhões de pessoas obrigadas a ocupar estes territórios, por força de uma política econômica que achata salários e precariza empregos.

São não-cidadãos colocados à margem da sociedade, invisíveis e tratados como peças de reposição das engrenagens do mercado, para serem usados se e quando necessário. Pessoas confinadas em guetos, onde o Estado só se faz presente através da repressão policial, sem saúde e educação. E que, ao invés de serem alvo de políticas habitacionais que lhes permitam conseguir uma habitação digna, são alocadas e realocadas de acordo com a vontade da especulação imobiliária. As casas do PAC racharam com a primeira chuva. Substituir uma precariedade por outra, não é solução do problema. É troca de cativeiro.

As autoridades do Rio, além de criminalizarem a pobreza, também vêm responsabilizando os moradores de comunidades pela degradação ambiental da cidade. No Rio, muros de confinamento têm sido erguidos sob o álibi de impedirem que os moradores desmatem as encostas. Mas qualquer levantamento por satélite mostra que são os condomínios e mansões que estão ocupando as encostas acima da cota 100, destruindo a Mata Atlântica.

O real objetivo é "limpar" o Rio para que se transforme cada vez mais numa cidade-espetáculo para os ricos, palco de grandes eventos, como desejam hoje autoridades e empresários. Não é mais suficiente condenar milhões à invisibilidade do não-acesso à sociedade do consumo. É necessário varrê-los para baixo do tapete, escondê-los fisicamente com os tapumes da Linha Vermelha, expulsá-los para o mais longe possível, para que as áreas onde eles hoje estão sejam "revitalizadas", como se lá nessas comunidades não houvesse vida.

Ao longo da história, as cidades vêm perdendo sua referência territorial por conta e obra das exigências dos mercados. Ocupar áreas de mangue aterradas ou de várzea, e depois lamentar as inundações tornou-se freqüente. Incentivar o consumo desenfreado, e depois não saber onde colocar o lixo, também. Permitir que as indústrias utilizem e poluam a maior parte da água potável e depois sofrer com a sua escassez vai se tornando uma norma.

Vivemos em um planeta à beira de uma ameaça que pode colocar em risco a sobrevivência das espécies, entre elas a humana. O sistema que polui águas, solos e ar, que vem dilapidando as riquezas naturais e causando uma devastação ambiental dramática, tem a capacidade de destruir também o equilíbrio do clima. Tudo isso pela utilização de modos de produzir e combustíveis que agridem a natureza. Têm valido a pena?

Adaptado do texto "Chuvas no Rio: nem tudo vale a pena", de Paulo Piramba.

7 de abr. de 2010

7 de Abril Dia Mundial da Saúde

É O Dia Mundial da Saúde e eu pude contar nos dedos de uma das mãos aqueles que sabiam disso na minha casa, o que inclui eu mesma. Estou completamente espantada, estudo em um dos maiores, se não o maior, centros de pesquisa voltados para a saúde da América Latina e fui saber por um telefonema às 22h.

Por estar me formando uma profissional da saúde, é normal que eu me cobre saber disso, mas não creio que isso ocorra com 5% da população brasileira. Culpa da população? Creio que não.

Provavelmente a grande mídia falou dessa data, mas certamente ela não teve o mesmo enfoque que a terrível chuva no Rio de Janeiro. Não digo que deveriam deixar todas as conseqüências que essa catástrofe trouxe à nossa cidade, mas certamente que seria muito mais proveitoso e conscientizador se relacionassem tudo isso ao conceito de saúde da OMS que promove esse dia.

Saúde, "Grande Mídia" e "Grandes Governantes", é ter condições de emprego e MORADIA; é prevenir pra não ter que remediar (por mais forçosa e clichê que seja essa frase); é garantir que os direitos do homem sejam preservados; é acessibilidade (em todos os sentidos). Saúde não é perfeição, mas é, sobretudo, processo de busca de aprendizado sem esperar lucro, porque é qualidade de vida e DA VIDA NÃO SE DEVE TIRAR MAIS-VALIA! Mas vemos o contrario todos os dias.

Saúde não é mercadoria, saúde é também educação.

Mas por que a 'Grande Mídia' perderia o seu tempo em conscientizar sobre a saúde se ela pode ser muito mais SENSACIONAL ( entendam sensacionalista) e assim lucrar muito mais mostrando apenas as desgraças que os N motivos provocaram? Ah, é claro. Mostrou N motivos, mas não chegou nem perto dos culpados. Tudo bem, "não apontemos culpados em desastres naturais" (eu discordo em parte, depois comento ok?), mas NÃO FAÇAMOS HERÓIS SOBRE A DESGRAÇA ALHEIA PROVOCADAS POR SÉCULOS DE DESCASO. Digo isso por experiência própria. Minha avó disse que o Lula foi fantástico ao disponibilizar a aeronáutica e o exército para ajudar. Quantas velhinhas mais eles iludiram? MUDDIMIDIA (mude mídia)!


3 de abr. de 2010

Liberdade (?)

“Liberdade. Ah! A liberdade. Livre é o estado daquele que tem liberdade. Liberdade é a palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. A liberdade alimentada pelo sonho humano é aquela onde todos, além de livres, possuem direitos. Mas a liberdade sem direitos é a liberdade do mundo animal, no qual o mais forte tem a liberdade de se alimentar se impondo sobre o direito do mais fraco de sobreviver.

Na tentativa de diferir o homem dos animais e promover a igualdade entre os seres humanos, foi criada, em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Entre os direitos estabelecidos pela DUDH, está o direito à comunicação, expresso no presente artigo:

Artigo 19° - Todo o homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras.

Entretanto, para transmitir informações e idéias para um número muito grande de pessoas é necessário dispor de alguns meios, algumas tecnologias: rádio, televisão, jornais, etc. E, no Brasil, para fazer esse tipo de transmissão é preciso ter uma 'permissão' do governo, a isso se dá o nome de concessão pública.

Atualmente, onze famílias controlam as informações que devem ou não ser divulgadas; elas decidem o que o 'povo' gosta ou não de saber, de assistir e de ouvir. Isto é a chamada 'linha editorial' que, na verdade, censura informações que não vão ao encontro com o interesse dessas onze famílias.

Na tentativa de transmitir idéias e informações, surgem algumas rádios comunitárias que visam suprir a necessidade da população de se verem num veículo de informação de massa. Apesar desses ‘órgãos de informação para massa’ não terem um caráter nocivo à ideologia burguesa, eles não cumprem com algumas exigências para possuir uma concessão pública, por isso foi criada uma lei que caracteriza como crime a tentativa de se comunicar com a massa sem permissão.

Hoje, existem mais de 20 mil pedidos de rádios comunitárias para que estas possam agir na 'legalidade' e em dez anos 7.559 foram arquivados, 3.536 negados e 3.652 atendidos, o resto tramita na secretaria de comunicação. O curioso nessa história é que, em cinco anos, a ANATEL e a Polícia Federal fecharam 6.716 rádios, este número é quase o dobro do número de pedidos atendidos em dez anos.

Mesmo depois de mais de vinte e um anos da consolidação da constituição cidadã, que marcou o reinício da democracia no Brasil, ainda existe pessoas filtrando as informações que serão divulgadas e, mais do que isso, censurando aquelas que não interessam à burguesia nacional. E isso não é um cenário contraditório, pois, hoje, o que vigora na política nacional é uma democracia burguesa, na qual a classe dominante dispõe de meios como as restrições de informações para consolidar a sua ideologia.

Transmitir e receber informações são direitos humanos. O processo de (trans)formação, educação e instrução de um indivíduo depende da captação de informações. Se o Estado nos priva disso, é necessário que desenvolvamos estratégias contra-hegemônicas, mídias alternativas, etc.

"Deixa, deixa, deixa, eu dizer o que penso dessa vida, preciso demais desabafar..."

(Desabafo – Marcelo D2).

'Hoje o dia está tenebroso'

Dia ensolarado no Rio de Janeiro. Céu limpo, sem nuvens. O Jornal X publica na primeira página: ‘Hoje o dia está tenebroso’. O Jornal Y, por sua vez, publica uma receita de torta de morango, enquanto o Jornal Z deixa apenas um espaço em branco. Para os que estavam cientes da situação do país era visível que, naqueles espaços, uma notícia fora censurada. Ao invés de noticiar as atrocidades que aconteciam àquela época, os jornais eram obrigados a publicar esses ‘tapa-buraco’, ou simplesmente nada publicar.

Durante o Regime Militar (1964-1985) a censura era uma rotina nas redações dos jornais e essas silenciosas formas de protesto eram uma prática. Qualquer notícia, artigo ou matéria jornalística que fosse contra os interesses do regime eram censuradas. E não apenas os jornalistas sofreram com essa prática. Os artistas, sobretudo, tiveram suas obras retalhadas e proibidas de acordo com a vontade dos censores. As pessoas ‘comuns’ também não podiam expressar o que pensavam. Sempre havia a possibilidade do telefone estar grampeado, ou das cartas serem abertas. E, se fossem sair as ruas para se manifestar, certamente seriam reprimidas de forma violenta.

Em suma, de 1964 a 1985, com momentos de menor e maior repressão, não havia liberdade de expressão em terras brasileiras.

Como chegou a esse ponto?

Foi em 31 de março que começaram os eventos que culminaram no Golpe Militar de 1964 (ou Revolução, como os militares costumam chamar). Os militares, alegando uma resposta à ‘ameaça comunista’ tomaram o poder das mãos da sociedade civil, representada pelo presidente João Goulart, e em 15 de abril empossaram o marechal Castelo Branco como presidente.

Obviamente, após o Golpe os militares adotaram diversas medidas para manter seu poder. Entre elas a censura, que foi uma das principais armas do regime para calar seus opositores. Além, obviamente, dos típicos assassinatos, torturas e exílios.

A partir de 1964 as liberdades públicas foram progressivamente dizimadas até que 1968 foi ‘baixado’ o Ato Institucional nº 5. Tal ato foi o grande marco da censura no Brasil, e também da Ditadura Militar em si, pois fechou o regime, oficializando o estado de ditadura e dando poder absoluto aos militares. A nós, nessa matéria, importa principalmente o seguinte item do AI-5, que determina a: III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política”.

A Imprensa

Como já foi dito, a imprensa sofreu com a retirada de sua liberdade de expressão. Entretanto, ela nunca foi uma vítima da ditadura. Os principais jornais brasileiros, além de terem feito campanha a favor da deposição de Jango, também festejaram o Golpe Militar. Inclusive, segundo o jornalista Mino Carta, a Folha de São Paulo, não apenas nunca foi censurada, como emprestava seus veículos ao regime para ‘recolher’ prisioneiros e torturados. Ou seja, em certos casos, a imprensa colaborou com os militares.

A Censura Cultural

A censura atingiu todos os meios de comunicação e toda a indústria cultural. Além dos jornais, ela interveio em centenas de filmes, peças teatrais, livros e revistas, poemas e, com destaque, na música. Possivelmente, os mais conhecidos exemplos de censura ocorreram neste meio. E, também, os maiores exemplos de como contorná-la. Todos conhecem a música ‘Cálice’, de Chico Buarque, compositor que era o alvo predileto da censura. Aparentemente, nenhum censor percebeu que se tratava de ‘cale-se’, do verbo calar. Além deste, há vários casos em que a censura falhou ridiculamente, como na música ‘Meu Caro Amigo’, também do Chico:

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

“A coisa aqui tá preta”?. O censor estava de folga nesse dia?

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Concluindo, uma ditadura deixa marcas em um país, principalmente uma que dura duas décadas. Tais marcas levam muito tempo pra se dissolver. Reflita, e poderá perceber muitas delas em vários aspectos da sociedade brasileira, influenciando o seu cotidiano, o seu dia-a-dia, a sua vida.

A Ditadura Militar acabou, mas a censura continua, com novos rostos, novos objetivos e novas formas de agir. Saiba mais sobre isso no texto complementar a esse: Liberdade (?), escrito por Jorge Luís.

2 de abr. de 2010

1 de abr. de 2010

Ilha Presidencial

E se um acidente levasse os presidentes da América Latina até uma ilha deserta? Com vocês, a sensacional “Isla Presidencial”!

Lula, como sempre, enchendo a gente de orgulho.

Do blog venezuelano El Chigüire Bipolar.