15 de mar. de 2010

Você já viu essa?

Está rolando na televisão uma propaganda metalingüística, ou seja, uma propaganda falando do papel das propagandas em geral. Esse comercial faz primeiro uma grande enumeração de benefícios que a propaganda traz, entre eles “faz você pensar”; etc. No final, há uma afirmação bem enfática: “Tudo o que ela não faz é obrigar você a comprar”. Será mesmo que ela não te obriga a comprar?

É curioso notar como as pessoas internalizam o que escutam ou vêem nos meios de comunicação. Um exemplo claro disso encontrei na minha própria casa: Minha irmã (20 anos) chega da faculdade à noite e, nos últimos meses, uma propaganda virou febre na Rede Globo “O batidão sertanejo”. Esse comercial se repetia com uma periodicidade bastante curta (e acho que ainda se repete) e não tinha jeito dela deixar de ouvi-lo pelo menos três vezes (e isso era só de noite.). Como era de se esperar, na segunda ou terceira noite, ela já chegava em casa cantando as músicas com muita segurança, parecia bem familiarizada. No fim de uma semana escutando o tal comercial, perguntou se não queríamos “comprar o CD super legal que passava no comercial da Globo”. Que fique claro, nunca tivemos nenhum CD sertanejo e minha irmã dizia não suportar esse tipo de música. Bom, vai ver que eu estou exagerando e a propaganda não tem o poder de fazer uma ducha cerebral nas pessoas, mas convenhamos que seus métodos são bem covardes. Se um adulto é massacrado por um comercial como esse, o que será de uma criança?

5 comentários:

  1. Não, eu ainda não vi essa, graças a Deus. Mas aproveitando o gancho do texto da Lari, vou divulgar um curta metragem do Marcos Magalhães: Meow. Talvez vocês notem alguma semelhança entre a história do gato do curta e o surto sertanejo que ocorreu com a irmã da Lari.
    Link para o curta: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=811

    PS: Parabéns pelo texto!

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  2. O questionamento que conclui o texto me faz lembrar de quando era pequeno e, por força do acaso, uma simples ação desse mundo onde nada é premeditado, durante os programas infantis era bombardeado por propagandas dos mais caros brinquedos, e sempre pedia-os à minha mãe no mesmo instante. Me preocupa pensar que não ganhava simplesmente por falta de condição, mas tenho certeza que aquilo ficava na cabeça da minha mãe, e, sempre que podia, a levava a comprar algo, é.. não é, realmente, nem um pouco covarde.

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  3. Não sei porquê, mas isso me lembra: "Compre Baton, compre Baton, seu filho merece Baton!"

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  4. Essa do compre Baton é clássica, JP. Muito bem lembrada! =D

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